I MARIA PEREGRINA Encontrei-a indolente, distrahida, em viagem pelo Minho. Estou a vè-la!’mulher de trinta annos, cabellos negros, olhar ennevoado, sombrio, sobrancelhas luzentes, labios finos, mostrando a espaåo os dentes brancos, rosto moreno, talhado em linhas puras, modelo de bronze precioso de casa antiga, com ademanes de adolescente e artista. Acompanhava-a uma extrangeira mais nova, de cabellos e olhos castanhos, muito branca, boca pequena, duma belleza vulgar, que abria em riso ingenuo, ar aventureiro de quem segue por um mundo de acaso, ao capricho doutra, da companheira, que a envolvia, ßs vezes, num largo olhar complacente e tenebroso. Percebi entre as duas a mais esquisita intimidade, a que a segunda parecia dar-se passivamente, mas alegre, por comprazer, numa generosidade estulta de pessima lassidáo. Iam quasi ß vontade na carruagem, indifferentes ß observaåáo extranha, longe do mundo em que viviam, trocando olhares perversos, duma sensualidade doentia, ali, ß face de desconhecidos, que sð excepcionalmente podiam acceitar com benevolencia a vida que denunciavam. Maria Peregrina pareceu-me uma esgotada, figura confusa, a contas com desequilibrios intimos, que lhe reflectiam fadiga e exotismo
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