Pretinha de Ébano Quais vozes são ouvidas nas narrativas das histórias de vida do povo negro? Como suas crenças, sua organização familiar, seus ofícios são tratados? O que ouve uma criança negra sobre seus trajes, sua pele, seus cabelos? Quais saberes a educação formal elege como prioritários para sua formação? A resposta a estas questões pode ser a mesma: discriminação racial. Educar para o combate a toda forma de discriminação é função de cada educador ou educadora consciente da sua função social. Assim, esta obra, construída a partir de outra ótica, a da autoafirmação positiva do povo negro, reveste-se de uma importância singular no atual cenário brasileiro. Pretinha de Ébano é a forma carinhosa com a qual a mãe da personagem Luíza Mahim a apelidou. Pretinha assume o lugar da narrativa na história e nos revela o seu olhar acerca do seu lugar como criança negra do bairro da Liberdade na cidade de Salvador. A construção de uma autoimagem positiva do povo negro é fundamental para o combate ao racismo. Um processo que deve ocorrer desde a infância. Diuturna e cotidianamente. Não basta a realização anual de semanas e/ou projetos de consciência negra, a cada mês de novembro, em virtude da lei 10.639/03. Formar uma geração empoderada é tarefa de todos e todas, de cada um e de cada uma de nós.
Kalypsa Brito
Kalypsa Brito